
Junte quatro excelentes engenheiros descontentes mais um administrador com ótimo faro de negócios e o resultado não será outro: uma empresa inovadora e de ponta.

Em 1979, os engenheiros David Crane, Bob Withehead, Larry Kaplan e Alan Miller, em conjunto com Jim Levy, um ex-executivo do meio musical, fundaram a Activision, a primeira produtora independente de software para videogames. Pioneirismo e excelência.
Pioneira porque quebrava o paradgima de que toda a empresa do mercado de VGs deveria criar o próprio console e escrever os jogos exclusivamente para ele.

É claro que a novidade --e a inesperada concorrência-- atiçou a fúria jurídica da Atari, que não tardou em processar a Activision, tentando impedí-la de produzir jogos para os seus consoles. E perdeu, para a satisfação de jogadores no mundo todo.
A Activision também é a mais longeva produtora independente da história. Entre altos e baixos, fusões e aquisições, mudanças de público-alvo e nome, continua aí até hoje como a maior empresa dos Estados Unidos no segmento. Tony Hawks e Guitar Heros que o digam...
Enquanto isso, no Brasil...
No Brasil, a Gradivox, ops!, a Polyente, enfim, a Gradiente usando sua marca Polyvox conseguiu causar uma confusão tão danada que consolidou, no mercado nacional, a imagem que Atari e Activision eram a mesma empresa!
Era a época da Lei de Reserva de Mercado de Informática, onde os gênios legisladores esperavam "desenvolver" nossa indústria, permitindo e incentivando a importação de "peças", mas restringindo a importação de "produtos acabados".
O que é "peça"? Pode ser um componente, como um resistor ou um diodo, mas também pode ser uma placa com alguns componentes. A Polyente aproveitou essa brecha para fechar contratos de distribuição oficiais tanto para os produtos Atari e quanto para os Activision. Trazia as placas com todos os componentes devidamente soldados e, no caso de cartuchos, com a ROM devidamente gravada, além das partes externas plásticas. Depois tratava de "montar" o produto: um parafusinho lá, outro aqui, uma etiqueta e caixa nele, para delírio dos defensores da indústria nacional.

Para completar, os labels eram impressos por aqui mesmo. A Gradivox optou por adotar o padrão silver da Atari para seus cartuchos e, sabe-se lá por que, estendeu esse padrão para os cartuchos da Activision! Por isso Megamania, H.E.R.O., Keystone Kapers e tantos outros clássicos Activision eram vendidos sob o mesmo padrão "Cartucho Original" dos jogos Atari e vistos como uma coisa só.
Houve um jogo que, inicialmente, era exceção: Pitfall! vinha acompanhado do label original americano --ainda que colado de ponta-cabeça! Mas a normalidade pára por aí: a Polyente escolheu esse jogo para acompanhar os consoles de Atari 2600 vendidos no final de 1984! Este blogueiro mesmo teve um: vinha com o manual original em inglês.